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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Livro fala de história, farmacologia, medicina e direito.

Do site: www.lpm.com.br

"Originalmente, a palavra droga refere-se a qualquer agente químico utilizado para causar alterações bioquímicas e fisiológicas no organismo. Apesar de o termo ser comumente utilizado como sinônimo de substância ilícita, neste livro ele volta a ter seu sentido mais universal, abrangendo desde os primeiros medicamentos fitoterápicos, passando pelo álcool, pela penicilina e chegando até o anticoncepcional e as drogas sintéticas. Um breve texto acrescentado a esta edição ajuda a elucidar a questão dos narcóticos no Brasil. Mesclando doses precisas de história, farmacologia, medicina e direito, o ph.D. Leslie Iversen leva o leitor a uma viagem pelo mundo dos remédios e das drogas recreativas, que há tantos séculos acompanham o homem em suas dores e em seus prazeres"

Clique aqui e leia matéria publicada na Folha intitulada: Professor de farmacologia conta a história das drogas em livro



terça-feira, 19 de julho de 2016

"O Doente Imaginário", de Molière

Pela atualidade do tema, segue uma dica de livro...

Extraído do Blog ARTE MÉDICA - TEMAS MÉDICOS NAS ARTES: PINTURA, LITERATURA E MÚSICA (http://medicineisart.blogspot.com.br/)
Escrito por: - Publicado em 09/09/2012


A peça O Doente Imaginário, de Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (1622-1673), foi destinada inicialmente à diversão do rei. Famosa sátira da medicina, nela o autor nos apresenta uma medicina livresca, incapaz de progredir. 

Protagonizando, o hipocondríaco Argan, entupido de remédios e clisteres prescritos por médicos interessados apenas no retorno financeiro que tinham com o emprego de seus serviços; estes doutores possuem nomes sugestivos, Sr. Purgon (purgante) e Sr. Diafoirus (diaforéticos). 
BÉRALDE: [...] Não vejo pessoa que esteja menos doente do que vós, e que eu não pediria melhor constituição do que a vossa. Uma grande prova de que andais bem, e que tendes um corpo perfeitamente bem regulado, é que com todos os remédios que já tomastes, ainda não conseguistes estragar a vossa saúde. Vê que não estais morto co todos os medicamentos que lhe fizeram tomar.(ATO III, CENA III).
Molière impinge na obra a ideia de que a paixão por médicos e medicamentos é apenas uma forma desesperada de terror da morte. Que o autor fosse o “original” do Doente é amplamente especulado. A obra é alimentada por sua própria experiência como paciente. Molière tinha uma visão arguta e havia adquirido uma certa cultura médica, pois um doente inteligente e provido de espírito crítico, desiludido com os insucessos dos tratamentos, se tornaria necessariamente um autodidata em medicina. 

Comédia singularmente amarga, apesar dos risos que traz em vários momentos, a peça fotografa uma fase penosa da vida do irônico autor, que escolheu traduzir de forma engraçada o que sentiu quando, atrozmente doente (vítima de tuberculose pulmonar), viu-se abandonado pelos médicos que o assistiram; assim, O Doente Imaginário é um protesto da inteligência e do corpo contra a implacável destruição imposta pela doença, contra a impotência humana, contra a exploração de alguns da miserável condição humana. 

ARGAN – Mas afinal, meu irmão, há pessoas tão sábias e tão inteligentes quanto vós e vemos que no mal estar todos apelam para os médicos.
BERALDE – É um traço da fraqueza humana e não da verdade de sua arte. 
ARGAN – Mas é preciso que os médicos achem o seu ofício verdadeiro, já que o utilizam para si mesmos.
BERALDE – É que há alguns entre eles que também estão na crença popular, da qual aproveitam , e outros que dela aproveitam sem acreditar. O vosso senhor Purgon, por exemplo, não vê fineza; é um homem de todo médico, da cabeça aos pés; um homem que acredita em suas regras mais do que todas as demonstrações da matemática, e que acharia um crime querer verificá-las; que não vê nada de oculto na medicina, nada de duvidoso, nada de difícil, e que, com uma impetuosidade de prevenção, uma rigidez de confiança, uma brutalidade e senso comum, fornece a torto e a direito purgantes e sangrias e não imagina nada além. [...] É a nossa inquietude, a nossa impaciência, que tudo estraga, e quase todos os homens morrem de seus remédios, e não de sua doença. (ATO III, CENA III)
Publicando a obra, Molière emite um grupo de alarme: a medicina está se enterrando no palavratório. E o autor vai mais longe, chega mesmo à negação da própria medicina. E esta negação se origina da sua experiência com médicos antiéticos que lhe extorquiam dinheiro prometendo saúde numa época em que o diagnóstico de tuberculose equivalia a uma sentença de morte. 

Nos últimos dias de vida, vendo que a tuberculose apenas progredia e tirava-lhe o fôlego, Molière concluiu que não se curam os doentes do corpo, mas tão só os maníacos; suporta-se; conforma-se; ou melhor, ri-se deles. 

O último ato da vida do autor foi numa noite de inverno. Menosprezando os conselhos dos médicos que lhe diziam para ficar em repouso e não ir ao teatro, Molière foi representar o obidiente hipocondríaco Argan em sua sua famosa peça "O Doente Imaginário" em 17 de fevereiro de 1673. Recitando os versos, ele apresentou hemoptise no palco. Em seguida, enquanto a plateia delirava em aplausos, foi tomado por uma convulsão e levado pra casa, onde morreu às 22h da mesma noite. 

O grande escritor e artista cômico que sonhou ser um ator de tragédias, representou alegria para os outros e fez de sua própria vida a tragédia que tanto queria representar. Não é surpreendente que o mestre da dissimulação e duplo sentido tenha encerrado a trajetória num momento em que encenava um falso doente. 




Fonte: http://medicineisart.blogspot.com.br/2012/09/o-doente-imaginario-de-moliere.html

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Breve história sobre a relação entre o carnaval e a saúde.

Domingo de carnaval. Encerrado o desfile das escolas de samba de São Paulo, confesso que a homenagem feita à cidade de Itanhaém, pela “Pérola Negra” me emocionou. A agremiação “Dragões da Real”, em seu primeiro desfile no grupo principal, também contagiou com sua homenagem às mães. Aí estava uma boa postagem para o Blog: quais homenagens já foram feitas, nos carnavais, para a área da saúde? Encontrei algumas informações referentes às escolas de samba do Rio de Janeiro.
Em 1952, a G.R.E.S. Império Serrano fez uma homenagem à medicina. O samba-enredo, composição de Mano Décio, Penteado e Fuleiro, dizia:
“O ilustre professor
Doutor Osvaldo Cruz
Grande pesquisador
Carlos Chagas, Miguel Couto
Vultos de glórias mil
Na Medicina do Brasil
Laureano, Caiado de Castro
Miguel Couto e outros mais
Ana Néri, corajosa enfermeira
A heroína brasileira.”
A Estação Primeira de Mangueira, em 1987, homenageou o poeta e farmacêutico Carlos Drummond de Andrade. O samba-enredo, que sagrou a escola campeã do carnaval naquele ano, com o título “O reino das palavras” dizia:
“Mangueira
De mãos dadas com a poesia
Traz para os braços do povo
Este poeta genial
Carlos Drummond de Andrade
Suas obras são palavras
De um reino de verdade
Itabira
Em seus versos ele tanto exaltou
Com amor
Eis aí a verde e rosa
Cantando em verso e prosa
O que ao poeta inspirou
É dom quixote ô
É zé pereira
É charlie chaplin
No embalo da mangueira
Olha as carrancas
Do rio são francisco
Rema rema remador
Primavera vem chegando
Inspirando o amor
O rio toma conta do sambista
Como o artista imaginou
Na ilusão dos meus sonhos, achei
O elefante que eu imaginei.”
 Um samba-enredo ficou famoso em 2011. A Imperatriz Leopoldinense, com o enredo "A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde", buscou “contar no sambódromo carioca a evolução da arte de salvar vidas, desde o misticismo inicial até o mapeamento do DNA, passando por diversas civilizações”, conforme entrevista dada pelo diretor da escola Wagner Araújo, ao jornal “O Estado de São Paulo”. Já abordei neste humilde espaço a relação da Escola com um farmacêutico: (http://www.marcoaureliofarma.blogspot.com/2012/02/amaury-jorio-um-farmaceutico-no-samba.html). A letra do samba segue abaixo:
“Um ritual de magia...
Oh! Mãe África,
Do teu ventre nascia o poder de curar!
Despertam as antigas civilizações,
A cura pela fé nas orações!
Mistérios da vida, o homem a desvendar...
A mão da ciência ensina:
O mundo não pode parar!
Uma viagem no tempo... a me levar!
O valor do pensamento a me guiar!
O toque do artista no Renascimento,
Surge um novo jeito de pensar!
Luz - Semeando a ciência,
A razão na essência, o dever de cuidar!
Luz - A medida que avança,
Uma nova esperança que nos leva a sonhar!
Segredo - A "Chave da Vida",
Perfeição esculpida, iludindo o olhar...
Onde a medicina vai chegar?
No carnaval, uma injeção de alegria,
Dividida em doses de amor,
É a minha escola a me chamar, doutor!
Posso ouvir no som da bateria,
O remédio pra curar a minha dor!
Eu quero é sambar!
A cura do corpo e da alma no samba está!
Sou Imperatriz, sou raiz e não posso negar:
Se alguém me decifrar
É verde e branco meu DNA”.


Sei que existem muito mais histórias do que essas aqui contadas. Por isso, peço aos meus 2 ou 3 leitores que se souberem de outras, indiquem.

Fonte:

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A primeira Santa Casa do Brasil....

Desde que cheguei a Brasília tenho sentido saudades da cidade onde passei mais da metade de minha vida, cidade essa que me adotou e que adotei como minha, fruto do tratamento recebido. Alguns rirão com isso, mas nasci num Município próximo de  São Paulo, fui registrado em Tatuapé, na Zona Leste de capital paulista e parti, com 5 anos de idade,  para Niterói (onde me criei) no Rio de Janeiro. Voltei a SP, especificamente para Santos,  com 15 anos (1986), vivendo até 2009. Nesta cidade vivi a maior parte de minha vida, tendo tido uma breve passagem por Piracicaba, durante 6 mêses,  para o início de minha vida universitária.  Em  2010 partí para a Capital Federal.
Tal saudade me fez realizar essa postagem. Com base na minha área de atuação, a saúde, quis compartilhar uma informação que talvez  poucos saibam: Santos tem a primeira Santa Casa do Brasil. Sabia disso? Abaixo, divulgo informação (além da foto feita na década de 70 que ilustra essa postagem),  disponível no site: http://www.scms.org.br/noticia.asp?codigo=619 .

"O maior patrimônio da Santa Casa da Misericórdia de Santos é a sua história, que se confunde com a história da própria cidade. Fundado numa época em que Santos não era sequer uma vila e sim o povoado de Enguaguassu, o então Hospital de Todos os Santos deu origem ao nome da cidade. Por cinco séculos atendeu navegadores, colonos, nativos e escravos, foi destruído mais de uma vez e acompanhou o crescimento do porto, da cidade e do país.
Em 1542, auxiliado pelos prósperos moradores da região, Brás Cubas iniciou a construção do hospital, no sopé do Outeiro de Santa Catarina (onde hoje situa-se a Rua Visconde do Rio Branco), defronte ao edifício da Alfândega, que foi inaugurado em 1º novembro de 1543. Entre 1545 e 1547, o Capitão-Mor Braz Cubas elevou o povoado à categoria de vila com o nome de vila do Porto de Santos.
Em 1597, quando da morte de seu criador, a Vila do Porto de Santos entrou em decadência. Em decorrência, houve um progressivo empobrecimento da comunidade e da Irmandade, de maneira que o hospital chegou a fechar suas portas em 1654.
Em 3 de outubro de 1654, Dom Jeronymo de Athayde, Conde de Athouguia, Governador Geral do Estado do Brasil, fez provisão de recursos financeiros aos Irmãos da Misericórdia de Santos, atendendo petição destes para a construção de novos prédios. Desta forma, os Irmãos puderam concluir, em 1665, a edificação do segundo imóvel e de sua igreja, em lugar que ficou conhecido como Campo da Misericórdia, posteriormente denominado Largo da Misericórdia, Largo da Coroação e, por último, Praça Visconde de Mauá, junto ao prédio da Prefeitura. Com o tempo, o segundo prédio do hospital foi se degradando e a Irmandade se preparou para nova mudança.
Em 1760, a Irmandade da Misericórdia terminou a construção de sua nova igreja junto ao Morro de São Jerônimo, atual Monte Serrat. Chamada inicialmente de igreja de São Jerônimo, foi mais tarde consagrada a São Francisco de Paula, que deu nome à Avenida São Francisco. No período de 1804 a 1830, a Irmandade utilizou o Hospital Militar, onde hoje situa-se a Alfândega, para tratar de trabalhadores do porto com doenças infecciosas.
Em 1835 o Provedor, Capitão Antonio Martins dos Santos, iniciou a construção do terceiro prédio próprio da Santa Casa da Misericórdia de Santos, no sopé do Morro de São Jerônimo, junto à sua igreja de São Francisco de Paula. O médico Cláudio Luiz da Costa, eleito Provedor, inaugurou o hospital em 4 de setembro de 1836.
Em 10 de março de 1928, a propriedade foi atingida por um deslizamento de terras ocorrido na face leste do Monte, que soterrou a parte posterior do hospital e algumas casas próximas. Assim, teve inicio a construção do presente complexo na esplanada do bairro do Jabaquara, longe dos morros para evitar novo desastre. Em 10 de abril de 1928, a Mesa Administrativa da Irmandade, representada pelo Dr. João Carvalhal Filho, na presença de representantes da comunidade, do Bispo Diocesano Dom José Maria Parreira Lara, e do Governador Dr. Júlio Prestes, lançou a pedra fundamental do prédio atual.
Em 2 de julho de 1945, com a presença do Presidente Getulio Dornelles Vargas, realizou-se a solenidade de abertura do estabelecimento que, com capacidade para 1400 leitos, avultava-se como um dos maiores e mais bem equipados da época, no Brasil.
Dessa forma, em 2 de julho de 2006 o edifício comemorou seus 61 anos de existência."