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domingo, 16 de março de 2014

Farmacêutica fala sobre a difícil batalha pela igualdade de gênero.

A entrevista abaixo foi publicada no site da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados – CNTU. A mesma foi feita com a Farmacêutica Gilda Almeida de Souza, grande liderança política. Farmacêutica de luta que muito orgulha a profissão. Tenho em Gilda, além de uma amiga, minha inspiração e a dirigente que me ensinou muito na direção do Sindicato dos Farmacêuticos de SP e na Federação Nacional dos Farmacêuticos. Vale a pena conhecê-la, por sua história política, por sua militância e pelo papel que desempenhou e desempenha pelo fortalecimento da profissão farmacêutica.
A matéria foi extraída do site: www.cntu.org.br e foi escrita por Rita Casaro, da comunicação da CNTU. A foto é de Beatriz Arruda.
Parabéns Gilda pela entrevista e parabéns para a CNTU pelo tema abordado.

A mulher deve aprender a disputar o poder para ocupar espaços estratégicos

A vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida de Souza, fala sobre a difícil batalha pela igualdade de gênero, sobretudo na política


Oportunidades e salários iguais no mercado de trabalho, divisão das tarefas domésticas e equipamentos sociais adequados, atenção à saúde, fim do assédio e da violência e condições de disputar posições de destaque na política e no movimento sindical. Construir essa realidade de plena emancipação feminina, que tem como barreira séculos de cultura patriarcal e inúmeros preconceitos, é a meta da sindicalista Gilda Almeida de Souza, vice-presidente da CNTU e coordenadora do Coletivo de Mulheres da entidade. “Essa é uma luta que é da superestrutura, não vai se resolver no curto prazo, mas é preciso enfrentá-la”, afirma a farmacêutica formada em 1973 pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
 
Na sua opinião, passo importante nessa direção foi a decisão da confederação de dar prioridade a essa questão. Como resultado do 1º Encontro da Profissional Universitária, que a CNTU promove em 15 de abril, em São Paulo, ela espera que o tema seja incorporado à pauta de discussão das federações filiadas e essas invistam na mobilização e formação das mulheres.

Gilda destaca como ponto fundamental de ação o trabalho pela  aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 130/2011, conhecido como o PL da igualdade. A proposição acrescenta § 3º ao art. 401 da Consolidação das Leis do Trabalho, a fim de estabelecer multa para combater a diferença de remuneração verificada entre homens e mulheres no Brasil. Apresentado em dezembro de 2011 e aprovado na Câmara dos Deputados, aguarda aprovação nas comissões do Senado para ir à sanção presidencial.
 
Dona ela própria de uma rica história de superação do machismo, seja na profissão ou na luta dos trabalhadores, Gilda chegou a São Paulo em 1975 apenas com o filho mais velho, à época um bebê, e foi morar provisoriamente com a irmã que vivia na clandestinidade por combater a ditadura ainda vigente no País. Desde então, exerceu inúmeras posições de destaque, tendo sido a primeira mulher a presidir o Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo (1989-1998)  e a Federação Nacional dos Farmacêuticos  (1991-2000). Também atuou na Central Única dos Trabalhadores (CUT) antes da criação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da qual é dirigente. Aposentada no Instituto Butantã, instituição a qual se dedicou durante toda sua vida profissional, Gilda é avó de três netos e continua a enfrentar a difícil, mas essencial, batalha pela igualdade. Sobre o tema ela falou ao Portal da CNTU.

Com foi o seu ingresso na profissão com farmacêutica?
Na realidade, o que determinou muito essa questão, de como lidar com a luta pelos direitos, seja no trabalho, no movimento sindical e na política, na saúde, em todos os campos, e me ajudou bastante foi a formação familiar. Na minha casa, era muito presente a ideia de a mulher ser independente, ter seu espaço, meus pais valorizavam muito isso. Então, escolher farmácia não foi muito fácil, mas estava na pauta optar por uma profissão, o que era decisivo para ser independente. Construí minha trajetória com base nisso.
 
E a entrada no mercado de trabalho?
O primeiro desafio foi arrumar um emprego em São Paulo. Quando me inscrevi para ser estagiária no Instituto Butantã não foi fácil. Apesar de já ter uma concepção emancipacionista da mulher, enfrentei um campo que era de homens. Na saúde, já havia muita mulher, mas os chefes eram homens, a começar pelo diretor. A gente se dá conta de que você tem que vestir a camisa e sair lutando, ou não abre os espaços. Quando você está na área da saúde, da ciência, a sua capacidade, responsabilidade conta muito. O fato de já militar no partido me orientava. Aí, comecei a militar no movimento sindical. Quando vim morar em São Paulo, não tinha muito claro como ia militar, mas já sabia que iria ser uma lutadora do povo brasileiro, da minha categoria, dos meus pares. Entrei no movimento dos servidores públicos.
 
Houve dificuldades mesmo numa categoria em que havia muitas mulheres?
Na minha categoria hoje, 70% devem ser mulheres. Quando entrei, já eram 50%. Eu fui a primeira presidente do sindicato que em 8 de março último, completou 68 anos. Eu fui a primeira presidente há mais de 20 anos e até agora fui a única. Tenho batalhado muito, dizendo que precisamos formar as mulheres, que elas precisam ter sede de ocupar os espaços e disputar o poder. Têm que começar a fazê-lo no sindicato, no trabalho, em casa para depois pleitear os cargos legislativos, executivos. Questões fundamentais a serem tratadas é a violência e o assédio, porque é uma questão de dominação.
 
Por que na atualidade ainda existe essa barreira?
Uma das questões é a cultural. As mulheres sempre foram colocadas em lugares que não fossem de destaque ou de mando. Isso já mudou bastante, mas ainda existe. A mulher tem que fazer a disputa no sindicato para ser a presidente, é preciso travar a disputa, ainda que fraterna, com os homens. Além disso, a mulher socialmente tem tarefas que são inerentes a ela e não entram na divisão do trabalho, como a maternidade e a casa, então tem mais dificuldade. E o poder público não compreende que a mulher precisa de equipamentos para poder exercer plenamente o seu trabalho e a sua cidadania. Nesse sentido, o  projeto de lei da igualdade que está tramitando é uma batalha que todas nós temos que enfrentar.
 
Essa situação afeta inclusive as mulheres de classe média?
A mulher que tem melhor condição financeira, por exemplo a de nível universitário, que tem um emprego provavelmente melhor, também enfrenta problemas.  Por exemplo, uma creche boa custa cerca de R$ 1.000,00. Ela até pode pagar. Mas ela tem a obrigação de levar e buscar. Na hora de colocar para dormir é ela que põe, culturalmente a responsabilidade é dela. É preciso uma formação para que a mulher entenda porque tem esse papel, porque aceita ser a responsável pelo lar. Raramente, se vê a divisão das tarefas de verdade.
 
Na política, o problema também persiste.
Comemoramos em 24 de fevereiro os 82 anos do voto feminino, mas ainda temos pouquíssimas mulheres na política. E mais ainda, dificilmente essa inserção se dá devido a uma trajetória nos movimentos sociais, mas sim porque o marido ou o pai introduzem a mulher na política. É importante de qualquer forma, mas temos que valorizar as que são oriundas dos movimentos, porque farão uma grande diferença.

As cotas de candidaturas femininas nos partidos não têm funcionado?
Elas existem pró-forma, lança-se a mulher, mas o investimento na candidatura é muito pequeno. A cota por si só não resolve, tem que ser qualificada. Por exemplo, as centrais sindicais têm cota de dirigentes mulheres, mas dificilmente uma é presidente, tesoureira ou secretária-geral.
 
Nesse caso as secretarias ou departamentos de mulher têm a sua função, não?
É importante, tem que ter, porque há especificidades que precisam ser tratadas e que muitas vezes o homem não compreende por mais arejado que seja. Mas ainda não são estruturas de poder. Isso é na presidência, na tesouraria, na secretaria geral e hoje também na área de imprensa. Dificilmente você encontra mulheres nessas posições.
 
E quanto ao Coletivo de Mulheres da CNTU, que papel tem?
Embora tenhamos formação acadêmica, ainda somos muito submetidas, haja visto que nas nossas categorias, mesmo quando há maioria feminina, os presidentes são homens. Muitas vezes até se justifica pelo preparo etc, mas isso se dá porque na trajetória não foi dada oportunidade às mulheres para que se preparassem. É difícil encontrar uma pauta que tenha questões específicas da mulher. Isso só acontece quando tem uma mulher com consciência e poder. Não é fácil conseguir isso. O movimento sindical é muito machista, essa é uma marca forte e representa o que existe na sociedade. A formação é fundamental para elevar o nível de consciência sobre os temas que existem para poder lutar. Você não luta pela questão de gênero, se não compreende o papel e o espaço que a mulher deve ter. Por isso valorizo muito a CNTU ter construído o coletivo de mulheres e estar investindo nisso.
 

Qual a meta do encontro que a confederação promove em abril?
Temos que sair dali com o tema incorporado pelas nossas categorias. Se conseguirmos que as federações façam o debate sobre como mobilizar as mulheres para aprovar o projeto da igualdade e fazer cursos de formação, será um grande avanço, teremos cumprido o nosso papel. Fazer isso implica abordar problemas concretos, como os salários, a oportunidade de estudar, os equipamentos sociais.  A mulher tem que entender que tem direito a tudo isso.

Fonte do texto e da imagem: 
http://www.cntu.org.br/cntu/noticias/a-mulher-deve-aprender-a-disputar-o-poder

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Amaury Jório, um farmacêutico no samba.

Neste momento de carnaval senti-me na obrigação de escrever uma possível relação entre a assistência farmacêutica e a festa maior brasilieira. Seria possível isso? Talvez, pensei. Sobre isso, o melhor que posso oferecer enquanto pesquisa é a relação de um farmacêutico com a criação de uma grande Escola de Samba no Rio de Janeiro. O que descobri? Um farmacêutico chamado Amaury Jório.

Amaury Jório foi escritor, pesquisador e carnavalesco. Nasceu no Rio de Janeiro em 21 de fevereiro de 1925 e faleceu em 26 de janeiro de 1980, na mesma cidade. Trabalhou como farmacêutico e foi oficial do exército. Foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e coautor dos livros "Escolas de Samba em Desfile: Paixão, Vida e Sorte", em 1969 e, em 1975, "Natal, O Homem de Um Braço Só". Começou sua vida no samba na Escola de Samba “Recreio de Ramos”, junto com Armando Marçal, Villa-Lobos, Pixinguinha, Alcebíades Barcelos (Bide) e Mano Décio da Viola. Em 06 de março de 1959 fundou o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, tendo exercido o cargo de presidente da agremiação no período de 1960 a 1966. Segundo o site da própria Escola “Jório deu a sugestão de que a área de atuação da recém fundada escola, a Leopoldina, fizesse parte do nome”. A primeira sede da Imperatriz Leopoldinense foi sua própria casa, durante 7 anos. Amaury, segundo o site “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira”:


·         Em 1962, conseguiu que fosse criado o Dia Nacional do Samba, comemorado no dia dois de dezembro.


·         Assumiu a presidência da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro em 1968.


·         Em 1969 realizou simpósio sobre as escolas de samba do Rio de Janeiro. Um ano depois, formou o Conselho Superior das Escolas de Samba, cujos participantes eram intelectuais, como Eneida, Sérgio Cabral e Ricardo Cravo Albin, e/ou sambistas, como Xangô da Mangueira, Dona Neuma e Cartola.


·         Entre os anos de 1973 e 1974, representou todas as entidades carnavalescas na Comissão de Carnaval da Riotur.


·         Em 1975, construiu, no subúrbio do Méier, a sede da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, participou da fundação de escolas de samba na Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, México, Japão, Canadá, Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica e Holanda.


·         No ano de 1975, levou para a Imperatriz Leopoldinense o sambista Luiz Pacheco Drumond que, em 1980, pela primeira vez, sagrou a escola campeã, meses depois do falecimento de Amaury Jório. Não chegou a ver realizada a construção da "Passarela do Samba", projeto do qual foi o criador e pelo qual vinha mantendo constante luta desde 1972.
Fonte:


Imagem:

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Farmacêutico e poeta!

     Cada um tem um talento, seja ele qual for. Em minhas andanças tenho conhecido alguns colegas que, além de grandes profissionais, possuem outros talentos. Alguns já apresentei aqui. A cada dia me surpreendo mais.
     Abaixo, segue o poema do amigo Sérgio Luis, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos da Paraíba. Parabenizo pelo talento e pelo incansável lutador em defesa da profissão farmacêutica. Agradeço o email enviado para este humilde blog...





Farmacêutico


 Autor: Sérgio Luis Gomes da Silva - 20 de Janeiro de 2000.

Farmacêutico


És aquele


Que com colírios alivias os olhos


Dando soluções as doenças


Comprimindo a cura


Drageando e mascarando sabores


Encapsulando a fé


E emulsionando, tu unistes impossivelmente a água e o óleo.






Farmacêutico


És aquele


Que do sangue


Conseguistes dosar o normal


Contando uma a uma


Células do início da vida


E de excrementos


Que todos rejeitam


Vós descobristes utilidades


Para o diagnóstico






Farmacêutico


Vives no mundo obscuro


No mundo da pesquisa


Dedicando-se ao descobrimento de substâncias


Que a humanidade desconhece


Mas tu sabes o prazer da descoberta


E a vitória de um desafio.






Farmacêutico


És aquele que estais ao lado do leito hospitalar


Como um contra regra da saúde


Obstinado a providenciar o medicamento


Sem o intuito de que, algum dia uma voz caminhe a ti, e diga:


Obrigado, o medicamento que tu adquiristes foi de grande valia.






Farmacêutico


Entre posologias


E contra indicações


Continuas enfrentando todas as reações adversas


Pois o efeito colateral


É causado por aqueles que não valorizam


Que tu sempre buscas os benefícios


Assumindo todos os riscos.


Imagem extraída de: http://conjuncao.blogspot.com/2011/05/do-que-um-poeta-e-feito.html


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Talentos farmacêuticos...

Farmacêuticas e Farmacêuticos costumam ser profissionais talentosos. Dos muitos que conheço, muitos são artistas, poetas, músicos. Recebi de uma amiga, a pedido meu, o texto abaixo:



MULTIPROFISSIONAL

Tuas mãos manipuladoras criam medicamentos como arte.
Tua inteligência e sagacidade comandam empreendimentos industriais.
Estás atento aos mínimos detalhes, para garantia a exatidão de tuas análises.
Tua paixão está na academia, onde vê em teus alunos o futuro de tua profissão.
Teu carisma e tolerância fazem a diferença no contato com as pessoas.
Tua ousadia se faz presente nas atividades de gestão, pois no âmbito em que atuas é preciso ser ousado.
Tuas descobertas são a garantia de avanço tecnológico.

E espero eu que, quando necessitar de informações acerca dos medicamentos, eu receba tua orientação e atenção... FARMACÊUTICO.


Brunna Raphaelly Amaral da Silva


Tem algo pra divulgar? Mande também!

Imagem extraída de:
http://taiscristinaunfer.blogspot.com/2009/01/dia-do-farmactico.html

sábado, 27 de novembro de 2010

Um livro para farmacêuticos e estudantes

Abro o espaço para o grande amigo José Franco de Matos. Farmacêutico, dos bons, acaba de lançar o livro "Medicamentos Controlados, Pertinências e Recados". Tive a  honra de ser convidado a escrever o prefácio.
Minha história de vida profissional se confude com a deste importante quadro da profissão farmacêutica, já que foi um dos culpados pela minha entrada no movimento farmacêutico, através da Associação dos Farmacêuticos da Baixada Santista.
Orgulho de conhecê-lo, de ter me alimentado com seus conhecimentos, de desfrutar de uma grande amizade e ter escrito o prefácio deste importante instrumento de estudo para farmacêuticos e estudantes de farmácia.
Abaixo, o que diz o autor, exclusivamente para este blog, sobre sua obra!

"Vi farmacêuticos honrados, outros desalmados; vi farmacêuticos atrás de balcões, outros atrás de tostões; vi farmacêuticos imaginativos, criativos, elucidativos, outros calados, inertes, amorfos; vi farmacêuticos com soluções precisas, outros absortos; vi farmacêuticos tecerem maravilhosos textos didáticos, vi-me a salpicar de aforismos o Medicamentos Controlados, Pertinências e Recados; procurei proporcionar a interação da tríade paciente, medicamento e profissional de cuidados da saúde; do paciente - suas mazelas e o que elas pretendem dizer - do fármaco - suas características e o que ele pretende fazer - do farmacêutico - o agente de saúde, a reflexão. O medicamento está ali à sua frente, acabou de saltar da prateleira, tomou apoio no balcão e mais um impulso cairá nas mãos do paciente; um breve intervalo, mas o suficiente para o profissional refletir e exprimir condutas e palavras a quem foi procura-lo para saciar suas dores."

José Franco de Matos.